História de Assentiz

A história da aldeia começa no período árabe. Isto supõe-se devido à presença de alguns vestígios, nomeadamente a Fonte Mourisca, que data de 1144, ou seja, antes de tomada da “Linha do Tejo” por D. Afonso Henriques em 1147, aos mouros.
No entanto, existem também alguns vestígio romanos, não mais que uma ponte, um pouco afastada da povoação.
A partir do século XVIII, a aldeia começa a crescer em torno da Quinta de Assentiz, que na altura pertencia ao Morgado Francisco de Paula Cardoso de Almeida Amaral de Gaula, um grande amigo de Bocage. Nesta altura, a Quinta pertencia à freguesia de São João Baptista da Ribeira, até ao ano de 1877, altura em que é criada a freguesia da Vila da Marmeleira. A população trabalhava os terrenos em volta da Casa Senhorial, eram assalariadas e possuíam também casas e terras que iam adquirindo ao longo dos anos. Assim, Assentiz era como um senhorio, em que o Senhor possui o maior número de terras e que as oferece ao povo para estas serem trabalhadas.
Segundo ditos locais, o Morgado tinha uma amada de seu nome Maria Afentiz, de onde derivou o nome Assentiz. 


 

 A Quinta de Assentiznão serviu só como um edifício económico, mas também como local de abrigo, pois foi aqui que os habitantes da povoação se protegeram das invasões francesas em 1807 (General Junot) e 1810 (General Massena), sendo que a invasão de 1809 (Marechal Soult) atingiu apenas o norte do país.


Depois de ter pertencido ao Morgado, a Quinta passou por sucessivos donos, dos quais não existem registo. Nos princípios do século XIX a Quinta foi vendida em praça ao Ministro Real Guerra Quaresma, para oferecer à sua filha D. Leocádia da Guerra Quaresma. Esta, após um primeiro casamento, casa-se, pela segunda vez com aquele que era considerado o primeiro engenheiro da altura, o Visconde André Proença Vieira, que recebeu o título de Primeiro Visconde de Assentiz, dado por D. Manuel II Rei de Portugal, em 1908.
Até ser vendida, o último herdeiro foi Carlos Maria João da Guerra Quaresma Marin, segundo Visconde de Assentiz, distinguido no meio lisboeta por ser um grande equitador. Foi ainda um dos fundadores da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sul do Concelho de Rio Maior.

Actualmente a Quinta não tem a importância de outrora, mesmo assim é um edifício que não escapa à paisagem da povoação.

A economia da Quinta realçava vastas terras ocupadas com vinhas, olivais e searas onde se cultivavam trigo, cevada ou milho. Também abundavam as terras de pasto, lagares de azeite, celeiros, adegas e ainda uma caldeira de destilação. A impetuosidade da Quinta marcava um povo de trabalho e de lavoura, dotando-o ainda de um notável aspecto religioso, confirmado pelos muitos casamentos e baptizados registados.

A presença da Quinta nesta região proporcionou um importante desenvolvimento tecnológico, pois foi devido à necessidade de produzir e de inovar que foi trazida para a Quinta a primeira debulhadora, ainda a vapor, o primeiro tractor e o primeiro automóvel.. Devido à sua importância, a Quinta dispunha também de dois brasões. O brasão da quinta e o brasão da família (Brasão de Armas dos Viscondes de Assentiz).

Não se pode dizer que Assentiz é uma aldeia pouco desenvolvida, dado que no ano de 1962 surge a electricidade nesta povoação, e mais tarde em 1976 foi instaurada uma rede de água canalizada.





Símbolos Heráldicos (justificação da simbologia)

Escudo: Escudo de azul.
Coroa Mural: Coroa mural de prata de três torres (representa as freguesias).
Listel: Listel branco, com a legenda a negro: "Assentiz - Rio Maior".
Flor de Lis: Representa o orago da freguesia, Nossa Senhora da Vitória e a religiosidade dos habitantes de Assentiz.
Cachos de Uvas: Um cacho de uvas de ouro, folhado de prata, em ponta. Representa a agricultura e vitivincultura.
Fonte: Fonte de três bicas jorrando água. Representa a Fonte Mourisca de Assentiz, assim como a monumentalidade da freguesia.